Inflação chega a 0,21% no Brasil e é considerada a menor para janeiro desde início do Plano Real


Coletada pela primeira vez por robôs virtuais em páginas na Internet, a inflação no Brasil desacelerou e chegou a 0,21% em janeiro, depois de registrar alta de 1,15% em dezembro. O dado foi divulgado na manhã desta sexta, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge). A inflação oficial é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e é o menor resultado para um mês de janeiro desde o início do Plano Real, em julho de 1994.

No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador registrou 4,19%. Em janeiro de 2019, a taxa havia ficado em 0,32%. A variação dos preços no mês passado foi calculada com base na nova cesta de produtos e serviços, atualizada a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018. Ela foi pensada para acompanhar mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira. O IPCA de janeiro contém ainda preços do transporte por aplicativo, coletados pela primeira vez por um robô virtual.

O recuo do preço da carne foi apontada como fator que puxou o indicador para baixo, segundo o gerente de Índice de Preços do IBGE, Pedro Kislanov. Conforme Pedro, a desaceleração no grupo alimentação e bebidas (de 3,38% em dezembro para 0,39% em janeiro) deveu-se, principalmente, ao comportamento dos preços das carnes. Este último produto, que chegou a 18,06% no mês anterior teve uma queda de 4,03% no IPCA de janeiro, contribuindo com o maior impacto negativo no índice do mês (-0,11).

“Tivemos uma alta muito grande no preço das carnes, nos últimos meses do ano passado, devido às exportações para a China e alta do dólar que restringiram a oferta no mercado interno. Agora, percebemos um recuo natural dos preços, na medida em que a produção vai se restabelecendo para atender ao mercado interno”, avaliou Kislanov.

Saúde e cuidados pessoais também contribuíram para a queda, principalmente por conta os produtos para pele e dos perfumes. No lado das altas, os destaques foram o plano de saúde e os produtos farmacêuticos. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,48% em vestuário e a alta de 0,35% em despesas pessoais.

O maior impacto positivo, no entanto, veio da habitação, que também registrou a maior variação (0,55%) entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, puxada pelos preços de condomínio (1,39%) e aluguel residencial (0,61%).

O resultado dos transportes (0,32%), que passaram a ter o maior peso na nova cesta, foi puxado pela gasolina (0,89%) e o etanol (2,59%). Os preços dos ônibus urbanos variaram 0,78%, devido aos reajustes nas tarifas em várias regiões. Já o maior impacto negativo (-0,05 p.p.) veio das passagens aéreas (-6,75%), que haviam apresentado alta de 15,62% no índice de dezembro.

Segundo o gerente de Índice de Preços do IBGE, nenhum dos novos itens da cesta impactaram o indicador em janeiro, mas ele cita algumas variações: o transporte por aplicativo, cujos preços foram coletados pelo robô criado pelo IBGE, recuou 0,54%, com a maior queda em São Paulo (-2,89%) e maior alta em Goiânia (1,99%).

Serviços de streaming não variaram. Higiene de animais domésticos registrou 0,19%, cabeleireiro e barbeiro 0,20% e sobrancelha, 0,26%.

Já em relação a deflação, que acontece quando os preços de produtos e serviços caem em determinado período, três regiões do país apresentaram o quadro: Rio Branco (-0,21%), São Luís (-0,19%) e Brasília (-0,12%). Na capital do Acre, o recuo ocorreu por conta da queda na energia elétrica (-4,77%)

A região metropolitana de Belém e o município de Aracaju apresentaram a maior inflação (0,39%) entre as áreas pesquisadas. No primeiro caso, o índice foi influenciado pela alta nos preços do açaí (13,44%) e da refeição (3,24%). No segundo, os maiores impactos vieram da gasolina (1,55%) e do tomate (20,16%).

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registra menor variação para o mês desde 1995

O IBGE também divulgou nesta sexta, 7, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referente às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos. O INPC teve alta de 0,19% em janeiro, abaixo dos 1,22% registrados em dezembro. Esse também foi o maior resultado para um mês de janeiro desde o início do Plano Real. O acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,30%. Em janeiro de 2019, a taxa foi de 0,36%.

 

 

Sistema Asa Branca de Comunicação

FONTE: O POVO


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