Arquirrivais se enfrentam no Castelão pela 26ª rodada do Brasileiro com o objetivo de reagir após derrotas inesperadas e saltar na classificação; Próximos na tabela, Leão e Vovô sabem que derrota pode complicar metas na Série A
Vovô e Leão estão próximos na tabela, separados por dois pontos – 32 do Alvinegro e 30 do Tricolor – e o jogo pode definir o rumo de ambos, pois restarão, após o jogo, 12 rodadas para o fim da Série A do Campeonato Brasileiro.
O duelo pode manter ambos confortáveis na tabela, em zona de classificação da Copa Sul-Americana ou deixá-los preocupados com o rebaixamento.
Encontros
Até então, são 6 confrontos em 2020, com três vitórias do Fortaleza, todas pelo Campeonato Cearense, um empate, na fase de Grupos da Copa do Nordeste, e duas vitórias do Ceará, pela semifinal da Copa do Nordeste e Série A do Campeonato Brasileiro.
As duas vitórias leoninas aconteceram em um momento técnico melhor do Leão na temporada em relação ao Ceará, com supremacia na decisão do Estadual e Tinga desequilibrando os confrontos com dois gols. Todos os confrontos foram entre Rogério Ceni, hoje no Flamengo, e Guto Ferreira.
Já nas duas vitórias alvinegras, pela Copa do Nordeste e 13ª rodada da Série A, o Vovô superou o Fortaleza com esquemas táticos muito bem montados por Guto Ferreira contra Rogério Ceni.
O único empate, o 1º confronto do ano, foi por 1 a 1 na Copa do Nordeste, com Argel Fucks comandando o Ceará e Rogério Ceni no Fortaleza, antes do início da pandemia.
Com o placar nos Clássicos este ano em 3 a 2 para o Fortaleza, um vitória alvinegra igualaria o confronto, enquanto vitória ou empate leonino manteria o Tricolor em vantagem em 2020.
Guto venceu o Fortaleza no 1º turno da Série A e eliminou o rival na semifinal da Copa do Nordeste, enquanto Chamusca obteve duas conquistas do Estadual, cada uma por uma das equipes, nos anos de 2015 e 2018
Foto: THIAGO GADELHA / CAMILA LIMA
Técnicos
Se Guto e Ceni concentraram confrontos em 2020, com 5 dos 6 encontros, agora será a vez do duelo entre o “Gordiola” e Marcelo Chamusca, com um mês de trabalho no Tricolor de Aço. Por se tratar do 1º confronto entre os dois no Clássico-Rei, o duelo prometer ser mais imprevisível.
O momento de Chamusca é de contestação por parte do torcedor, já que o aproveitamento dele é baixo, de apenas 33,3%. Com ele, o Leão venceu uma vez – Botafogo por 2 a 1 – empatou 3 vezes – Vasco por 0 a 0, Goiás em 1 a 1 e Corinthians em 0 a 0 e perdeu duas (São Paulo por 3 a 2 e Bragantino por 2 a 1.
Apesar disso, Chamusca admitiu, após a derrota para o Bragantino no último sábado, que não carrega peso nenhum para o confronto diante do arquirrival.
“Ganhar o Clássico é uma necessidade natural, é um campeonato à parte. Independentemente da sua posição na tabela, o Clássico é o Clássico. Sei o quanto ele é importante. Não levo peso nenhum ao próximo jogo. Vou me aprofundar o máximo possível em relação ao adversário para fazermos um bom jogo”, disse ele.
Já Guto Ferreira faz um trabalho consistente no Vovô. Na temporada, o treinador acumula o título invicto da Copa do Nordeste, o vice-campeonato cearense e levou o Ceará às quartas de final da Copa do Brasil. Assim, o aproveitamento dele é de 53,2%, entre 19 vitórias, 10 empates e 13 derrotas durante o ano.
O momento era extremamente positivo até o último sábado, já que o Vovô vinha de duas vitórias fora de casa diante de Vasco e Bahia, fazendo o time alvinegro saltar para um excelente 9º lugar, sonhando até com um G6, ou seja, vaga de Libertadores.
Mas a derrota em casa por 2 a 1 para o Atlético/GO freou a reação alvinegra, com o treinador chamando a responsabilidade pela derrota, apesar da equipe ter sofrido demais com o desfalque de Vina, suspenso pelo 3º cartão amarelo.
Retornos
Para o Clássico-Rei de hoje, Ceará e Fortaleza contam com retornos de jogadores importantes: Vina pelo lado alvinegro e Romarinho no Tricolor.
O momento de Vina na temporada é incomparável. O meia conta com 18 gols e 14 assistências no ano, sendo assim, artilheiro e maior “garçom” da equipe. No campeonato nacional, são 8 gols e 4 assistências dele. A volta de Vina é a melhor notícia para o Vovô. Sem ele em campo, o time ainda não venceu na Série A – São 7 jogos, com 5 derrotas e 2 empates. Ter o meia para o Clássico-Rei pode fazer a diferença.
No caso de Romarinho, o retorno dele também faz o time tricolor ter um ganho técnico. Recuperado de Covid-19, o meia-atacante jogou 47 das 49 partidas do Leão no ano e ficou fora diante do Bragantino por estar em isolamento.
De comum, ambos são determinantes para o setor de criação de suas equipes. Sem eles, Guto e Chamusca testaram outros jogadores, mas eles não renderam. Diante do Atlético/GO, Wescley foi titular no Vovô mas não foi bem, enquanto diante do Bragantino, Mariano Vázquez também esteve abaixo no Tricolor.
Assim, com as voltas de Vina e Romarinho, o Clássico ganha em nível de jogo e agressividade em campo.
Expectativa
Como não poderia deixar de ser, os elencos estão na expectativa pelo Clássico-Rei. “A gente sabe que clássico é sempre importante, e a gente está precisando dessa vitória. Um jogo contra o nosso rival que, se a gente vencer, a gente vai crescer ainda mais na competição porque sabemos que os três pontos são importantíssimos para a sequência. É um jogo importante tanto para a gente quanto para o adversário. Uma vitória nos coloca em uma posição boa na tabela, e a gente tem que estar para esse jogo como se fosse uma final. Tem que ganhar os três pontos de toda forma”, decretou o atacante Romarinho.
No Ceará, Luiz Otávio chamou o duelo de final de campeonato. “Toda a concentração, toda a tensão, o foco, a determinação, a vontade, garra, empenho. São vários ingredientes que aparecem em um Clássico-Rei. Já tive a oportunidade de disputar alguns. E sempre foi decidido nos mínimos detalhes. Estamos ligados para minimizar nossos erros e sermos efetivos quando necessário. Sabemos que é uma final de campeonato para nós. Temos que entrar focados para conseguir os três pontos”, destacou o zagueiro.