Como agia quadrilha ligada ao Comando Vermelho que matou policial militar em assalto em Fortaleza


Os suspeitos de matar um policial militar em um assalto, em Fortaleza, na última segunda-feira (10), integram a facção criminosa Comando Vermelho (CV), costumam cometer crimes juntos e tinham como objetivo roubar e furtar veículos, para vendê-los. É o que aponta a investigação parcial do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Ceará (PCCE).

 

O policial teria feito menção de que puxaria a arma, o que fez a quadrilha atirar. Flávio Rodrigues sofreu quatro tiros. Os criminosos roubaram a pistola funcional do PM e fugiram. O militar foi socorrido por colegas de farda, mas não resistiu aos ferimentos.

 

As Forças de Segurança do Estado foram acionadas e, em poucos minutos, identificaram que três suspeitos de cometer o latrocínio (roubo seguido de morte) eram monitorados pelo Sistema de Justiça por tornozeleiras eletrônicas – o que ajudou a localizá-los.

Em uma ação integrada entre DHPP, coordenadorias de Inteligência (Coin) e de Operações Aéreas (Ciopaer), da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), e equipes da Polícia Militar, Manuel Rômulo Barbosa foi preso no bairro Bela Vista. Ele chegou a romper a tornozeleira eletrônica, mas recapturado.

Na sequência da operação, Thiago Frota Gomes foi localizado no bairro Álvaro Wayne, teria entrado em confronto com equipes policiais, foi baleado e morreu. O terceiro suspeito, identificado como Davi Sampaio Soares, de 20 anos, também rompeu o monitoramento eletrônico e é procurado pela Polícia.

A arma de fogo (um revólver) e um carro utilizados no crime que vitimou o PM foram apreendidos pelos policiais. O quarto suspeito de envolvimento no crime, Anderson Ismael Andrade Soares, 19, também é procurado pela Polícia, por guardar a arma para a quadrilha.

 

SUSPEITOS TÊM VASTA FICHA CRIMINAL

Recapturado, Manuel Barbosa já tinha passagens pela Polícia por homicídios, tentativa de roubo com restrição de liberdade, integrar organização criminosa, crime contra a administração pública e receptação.

Já Thiago Gomes, que morreu em um confronto com a Polícia, tinha antecedentes criminais por roubo, receptação, associação criminosa e crime de adulteração de sinal identificador de veículo.

Davi Soares também já tem histórico criminal por roubos. Enquanto Anderson Ismael, quando adolescente, respondeu por atos infracionais análogos a tráfico de drogas e homicídio.

O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Ricardo Pinheiro, afirmou que os suspeitos eram vizinhos e costumavam cometer crimes juntos – já tendo sido presos desta forma. A quadrilha atuava principalmente pelos bairros Pirambu e Quintino Cunha, em Fortaleza.

“O suspeito preso relata que o comparsa o pegou em casa, com uma arma de fogo. Eles passaram cerca de 30, 40 minutos rondando pelas ruas do bairro, atrás de subtrair veículo automotor, para vender. Se depararam com a vítima, não sabiam que ele era policial militar, e decidiram realizar a abordagem. O policial fez menção de sacar sua arma, e eles efetuaram pelo menos quatro disparos contra o policial”, narra Pinheiro.

Até pelo histórico e por tudo que foi apurado até então, tudo leva a crer que se trata efetivamente de um crime de latrocínio.”
Diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa

Ricardo Pinheiro

 

O subcomandante do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio), tenente-coronel Hamisterdan Barbalho, trabalhava com o sargento Flávio Nascimento Rodrigues – que estava nos quadros da Polícia Militar desde 2001. “Era um excelente profissional, com liderança carismática e amigo. Gostava muito de interagir, uma excelente pessoa”, lembra Barbalho.

 

 

 

Via Diário do Nordeste

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