A partida era muito difícil, mas o Ceará ofereceu todas as condições de vencer o Atlético- MG no domingo (22), na Arena Castelão, pela Série A. O empate por 2 a 2 é um resultado amargo pelo contexto: um a mais no segundo tempo, melhor momento e igualdade cedida através de penalidade de Prass. No fim, Vovô sofreu da própria oscilação.
Isso explica os dois tempos distintos e o desperdício do instante favorável à vitória. Da atuação fraca, inclusive com esquema tático que precisou ser corrigido – na saída de Charles e entrada de Léo Chú – o time cresceu apenas na volta do intervalo. Antes, perigo só na bola parada em cabeceios de Pagnussat.
A vantagem mineira com Sasha na etapa inicial foi desfeita em 15 minutos de atuação. Esse período descrito precisa ser tratado como modelo. A equipe reativa e sem contra-ataque teve ímpeto renovado. E o Ceará conseguiu mostrar futebol intenso, de linhas altas, objetividade ofensiva e investidas pelos lados.
Foi assim quando Léo Chú arrancou e deixou Lima livre para empatar aos 2. Na sequência, Vizeu desencantou com assistência de Samuel Xavier. Vina ainda parou em defesa de Rafael. O caminho estava traçado, o Galo acuado e o volume ascendente.
Uma expulsão do adversário também esteve no roteiro dos sonhos do Ceará. Aos 24, Dylan levou vermelho após checagem do árbitro de vídeo (VAR). O Alvinegro de Porangabuçu era superior e tinha certo controle das ações.
Os limites do elenco são visíveis e o trabalho de Guto hoje buscou soluções dentro do próprio plantel. Independente do contexto técnico, o Ceará sofreu pouco frente ao Atlético-MG. Do ataque titular com Keno, Sasha e Savarino, a defesa suportou bem a pressão e até os anulou no 4-4-2.
Os méritos residem na compactação e briga pela posse. São características de um time que já teve o setor como melhor aspecto, mas carece de ajustes. A penalidade aos 26 em Marrony não pode ocorrer em circunstância alguma.
O atacante escapou da marcação e, sem ângulo, foi parado com falta nítida de Prass, que chegou atrasado. A conjuntura de confrontos anteriores se manteve. Um episódio individual interfere diretamente no resultado.
Força mental
Assim, é difícil manter o aspecto psicológico, a concentração e até confiança quando não há manutenção do placar em situação regular. Em salto que deve ser dado o quanto antes com uma vitória expressiva, o Vovô se fez vulnerável. É evidente que há recurso, o elenco tem força mental e já demonstrou com seguidas viradas em momentos importantes.
Agora, sofrer o baque não pode ser regra para reagir. Quando está organizado, se faz forte e necessitando do placar, consegue ir buscar. A questão é a apatia prévia quando o ímpeto já se faz necessário: Ceará precisa começar a jogar por si, não pelo placar adverso.
A tarefa será mais complexa no decorrer do Brasileirão. Os desafios serão contra São Paulo (C), Vasco (F) e Bahia (F). A sequência é de pouco tempo de treino ou descanso. Tudo pesa, mas reação deve existir.
Sistema Asa Branca de Comunicação
FONTE: Diário do Nordeste