Vivemos como loucos na velocidade do tempo correndo em busca de algo que nem temos certeza se é exatamente o que queremos e o que necessariamente necessitamos.
Dizem que a verdadeira história da floresta só será conhecida no dia em que o Leão falar. Aproveito e transfiro essa frase para algumas observações!
Martha Medeiros dizia que morria lentamente quem se transformava em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não mudava de marca, não se arriscava a vestir uma nova cor ou não, conversava com quem não conhecesse e também aquele que fazia da televisão o seu guru.
Portanto, ela percebia com o seu texto, que morria lentamente quem evitava uma nova amizade, um novo desafio, um risco, um passo mais largo. Meus nobres amigos, é preciso que se coloque os pontos sobre os “is” em detrimento das séries de redemoinhos de emoções que nos ocorre. Isso justamente nos resgata o brilho dos olhos, os sorrisos perdidos, zela os corações que vivem aos tropeços alimentados pelos sentimentos.
De fato, reforço e ressalto, que morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos, quem não viaja, quem não faz uma boa leitura de um bom livro, quem não brinca com uma amiga ou amigo com palavras e fantasias que jamais diria se não fossem amigos, quem
não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
O fato inegável meus nobres, é que estamos morrendo lentamente quando passamos os dias queixando-nos da má sorte, da chuva incessante ou seca interminável, abandonando um projeto antes de iniciá-lo. Morre o homem que não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Com isso não resta a mínima dúvida de que é preciso acordarmos para não morrermos em suaves doses. Lembrarmos sempre que estarmos vivos, exige um feito muito maior que o simples fato de respirar.
Outro fator que não podemos desprezar é o tempo. Mario Quintana, com sua habilidosa forma de expor suas ideias lembrava que a vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Registrava que é preciso ter cuidado no tempo, pois “no piscar dos olhos”, já eram seis horas, sexta-feira, natal, fim de ano, etc. Ressaltava que no apagar das luzes, perdíamos o amor de nossas vidas e que se não atentássemos para o tempo, em segundos chegaríamos aos 50, 60, 70 anos de vida e somente aí, perceberíamos o quanto daríamos para voltarmos ao início e fazermos talvez um pouco diferente.
Será que nesse momento, muitos de nós, provavelmente já não estaríamos bem próximos de acreditar que se nos fosse dado um dia, outra oportunidade de voltarmos ao início, com certeza em muitos pontos nem olharíamos para o relógio e aproveitaríamos um pouco mais? Certamente seguraríamos a mão de quem amamos (Pai, Mãe, Filhos ou alguém especial, que por via do destino já não está mais conosco) e diríamos mais vezes o quanto o amamos.
Quintana um dia disse: “não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Pois bem meus nobres, claro que não tem mais como mudar o início, mas é possível construir um novo final. Ainda dá tempo fazer diferente. Não morra lentamente deixando de fazer aquilo que realmente te faz feliz. É justo e oportuno ressaltar que mudar, lutar, inovar, fazer diferente não significa deixar de ser o que você é, abri mão dos seus princípios.
E não esqueça! O tempo é seu e ninguém o tomará e a vida também!
Por Valdenir Rodrigues