Milhares de sacos de lixo se acumulam pelas ruas de Paris, na França, onde 5.400 toneladas de resíduos não foram recolhidos devido à greve dos garis, que protestam contra a reforma da Previdência, segundo a prefeitura.
O projeto de lei, apoiado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, pretende aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030. Além disso, antecipa para 2027 a exigência de 43 anos de contribuição (e não 42 como atualmente) para o direito a receber pensão integral.
Três centrais de incineração de lixo também estão paradas. Em alguns bairros, os sacos ocupam toda a calçada. Veja nas fotos abaixo:
Lixo se acumula em Paris
“A maioria dos funcionários do departamento de gestão de lixo e águas tem uma expectativa de vida entre 12 a 17 anos inferior ao restantes dos trabalhadores”, destaca o sindicato.
“É terrível, há ratos e ratazanas”, declarou Romain Gaia, um confeiteiro de 36 anos. Para ele, obrigar os garis a trabalhar mais tempo “é um delírio”.
As greves contínuas pelo país, iniciadas na semana passada, não são apenas no serviço de coleta de lixo. Elas afetam outros setores da economia, como o fornecimento de combustível das refinarias francesas e o transporte ferroviário.
Um manifestante segura uma imagem que retrata o presidente francês, Emmanuel Macron, furado por uma vara, durante uma marcha contra o plano de reforma da previdência do governo em Paris, França, em 11 de março de 2023 — Foto: REUTERS/Benoit Tessier
Reforma da Previdência
Embora o Senado francês tenha aprovado no sábado o projeto, Macron ainda enfrenta obstáculos parlamentares antes de se tornar lei, especialmente na Assembleia Nacional, onde os partidários de governo não têm maioria absoluta.
O que pode alimentar ainda mais a raiva entre a população francesa, que se opõe esmagadoramente à reforma previdenciária, é um procedimento conhecido como 49:3, que permitiria a aprovação de um texto no Parlamento sem votação. O governo espera evitar usar esse recurso.
O próximo passo, agendado para quarta-feira, é a convocação de uma comissão conjunta de parlamentares das câmaras baixa e alta, sete cada, para chegar a um acordo sobre uma versão definitiva do texto.
O último e crucial momento seria então a votação final, quinta-feira, tanto no Senado quanto na Assembleia Nacional.
“Alguns parlamentares ainda estão hesitantes, precisamos conversar com eles”, disse o porta-voz do governo Olivier Veran à televisão LCI, acrescentando que todas as condições foram atendidas “para que não nos falte votos”.
Via: G1
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