Enfrentar os problemas impostos pelas mudanças climáticas requer conhecimento técnico e investimentos. Por isso, o Ceará promete aplicar R$251 milhões, nos próximos anos, em 72 cidades inseridas num contexto de seca e dificuldades na produção agrícola.
Segundo a Pasta, essa é a primeira experiência em grande escala na perspectiva da resiliência climática, abrangendo ações relacionadas ao fomento produtivo e acesso à água para produção de alimentos. O projeto foi apresentado em evento nessa quarta-feira (21).
A coordenadora do projeto, Rocicleide Silva, explica que as famílias serão selecionadas a partir de critérios como liderança de mulheres, comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas e populações que estejam sob forte intervenção da seca.
“É uma atualização das práticas com trocas entre os agricultores, porque o manejo deles é muito importante até para nós, que estamos na cidade, para a melhoria das nossas condições ambientais e sociais, e ampliação da geração de renda, porque com a melhoria do solo, você pode melhorar a capacidade produtiva”, considera.
As ações seguem diretrizes do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 do Estado, que têm entre as metas a redução da pobreza rural, o acesso à água, a elevação do padrão de vida dos agricultores familiares e a sustentabilidade ambiental.
O governador Elmano de Freitas (PT) ressalta que o Ceará conseguiu os recursos por meio de um edital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fim de fortalecer a convivência dos cearenses no semiárido.
“É uma grande conquista chegarmos às famílias do nosso interior para produzir, mas fazendo uma mudança de paradigma, melhorando a qualidade de vida do nosso povo e convivendo com a natureza. É uma conquista importante de tecnologia social e de consciência ambiental”, afirma.
Segundo a SDA, o Sertão Vivo vai beneficiar famílias de 8 áreas do Ceará, nas cidades de:
- Grande Fortaleza: Chorozinho e São Luís do Curu
- Vale do Jaguaribe: Alto Santo, Ereré, Iracema, Jaguaretama, Jaguaribara, Jaguaribe, Limoeiro do Norte, Morada Nova, Palhano, Pereiro, Potiretama, Quixeré, Russas, São João do Jaguaribe e Tabuleiro do Norte
- Sertão dos Inhamuns: Aiuaba, Arneiroz, Parambu, Quiterianópolis e Tauá
- Maciço do Baturité: Acarape, Aracoiaba, Aratuba, Barreira, Baturité, Capistrano, Guaramiranga, Itapiúna, Mulungu, Ocara, Pacoti, Palmácia e Redenção.
- Litoral Oeste/Vale do Curu: Apuiarés, General Sampaio, Irauçuba, Itapajé, Miraíma, Pentecoste, Tejuçuoca, Tururu, Umirim e Uruburetama.
- Litoral Norte: Acaraú, Barroquinha, Bela Cruz, Camocim, Chaval, Cruz, Granja, Jijoca de Jericoacoara, Marco, Morrinhos, Uruoca e Martinópole
- Serra da Ibiapaba: Carnaubal, Croatá, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, Ipu, São Benedito, Tianguá, Ubajara e Viçosa do Ceará.
- Sertão de Canindé: Boa Viagem, Canindé, Caridade, Itatira, Madalena, Paramoti.
Como o projeto vai funcionar?
Após a seleção, as famílias serão acompanhadas durante dois anos. Rocicleide Silva explica que cada produção será visitada três vezes por mês, já que a falta ou demora de assistência técnica é uma reclamação recorrente dos pequenos produtores.