Em carta à executiva nacional do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou Fernando Haddad para a vice na chapa que disputa as eleições presidenciais deste ano. Preso em Curitiba há quatro meses na Operação Lava Jato, Lula deve ser impedido de concorrer pela Justiça Eleitoral, cujo prazo-limite para impugnação de candidatos é 15 de agosto, último dia para homologação dos postulantes.
Nessa hipótese, mantido o atual cenário, o ex-prefeito de São Paulo assumiria a cabeça da chapa. O PT, então, abriria a vaga de vice para um aliado, provavelmente a deputada estadual Manuela d’Ávila (RS), do PCdoB, oficializada como presidenciável no último fim de semana.
Em entrevista ao O POVO, o deputado federal José Guimarães (PT) confirmou a indicação de Haddad para companheiro de chapa de Lula e disse que, a partir de agora, “a ideia é construir uma aliança nacional em torno de PT, PCdoB e Pros”. Segundo o parlamentar cearense, “Haddad é o nome que é a cara do Lula e é marcado pelo extraordinário desempenho no Ministério da Educação”.
O PT foi pressionado a apontar o vice ainda na noite deste domingo para evitar embaraços com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cuja jurisprudência não é totalmente clara a respeito do calendário para apresentação da chapa completa.
Internamente, parte dos ministros da Corte considera que a data final para o preenchimento do posto seria até o encerramento do período de convenções partidárias.
Ex-prefeito da capital paulista derrotado em 2016 ainda no primeiro turno pelo tucano João Doria, Fernando Haddad é coordenador do programa de governo do PT na briga pela Presidência. Advogado, ele também integra a equipe de defensores de Lula, que pode visitá-lo diariamente.
Para José Guimarães, a partir de agora “Haddad deixa de ser Haddad” e passa a ser Lula. “Ele é a expressão do Lula. E fará um grande trabalho à frente da vice”, disse.
Outras definições importantes aconteceram ontem nas candidaturas à presidência de Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL), que anunciaram os vices nas suas chapas. Respectivamente Kátia Abreu, também pedetista, e o general Hamilton Mourão (PRTB).
O PRTB fez convenção ontem à tarde para confirmar o general Hamilton Mourão como vice da chapa de Jair Bolsonaro, presidenciável do PSL, retirando, com isso, a candidatura de Levy Fidelix. Bolsonaro participou da convenção do PRTB, ao lado do general Mourão.
No PDT, Carlos Lupi, confirmou a senadora Kátia Abreu, de Tocantins, como vice de Ciro Gomes. A escolha pela chapa pura à Presidência ocorre após uma semana de seguidos reveses para Ciro. O ex-ministro estava em negociação avançada para compor com o PSB. No entanto, a executiva nacional pessebista acertou com o PT a neutralidade do partido na corrida ao Planalto.
A manobra do PSB teria sido acertada com o consentimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde 7 de abril em Curitiba, que deseja isolar Ciro no campo da centro-esquerda. No sábado, 4, o pedetista fechou a primeira e até agora única composição partidária da chapa, com o Avante.
Historicamente ligada à bancada ruralista, a senadora foi eleita pelo Estado de Tocantins em 2006, pelo DEM (então PFL). Quando a ex-presidente Dilma Rousseff assumiu o Planalto, em 2011, as duas acabaram se aproximando. Já pelo MDB, em 2014, Kátia foi reeleita para o cargo.
Candidato à Presidência do MDB,Henrique Meirelles também anunciou seu vice, em outra chapa pura. Será Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul. Os dois, inclusive, cumpriram agenda conjunta em Porto Alegre neste domingo, participando da convenção estadual do MDB gaúcho, na qual foi confirmada a candidatura à reeleição do atual governador, José Sartori.
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FONTE: O POVO