O surgimento de uma nova variante do coronavírus, a BA.2.86, apelidada de Pirola, fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) entrar em estado de alerta. Até esta terça-feira (19), a cepa foi identificada em 11 países, dentre eles Estados Unidos, Reino Unido e Israel. A OMS está monitorando de perto essa nova linhagem para avaliar a transmissibilidade e eventuais impactos.
O QUE SE SABE SOBRE A VARIANTE PIROLA
As autoridades ainda não divulgaram avaliações de risco específicas relacionadas à Pirola. No entanto, experimentos conduzidos por pesquisadores de laboratórios nos Estados Unidos sugerem que o sistema imunológico pode combater a linhagem BA.2.86 tão eficazmente quanto — e possivelmente até melhor do que — outras variantes em circulação da Ômicron.
Esses testes laboratoriais foram realizados utilizando plasma de 66 indivíduos que haviam sido vacinados ou recentemente infectados e examinaram suas respostas imunológicas a dez subvariantes da Ômicron, incluindo a BA.2.86.
De acordo com a OMS, Dan Barouch, diretor do Centro de Virologia e Pesquisa de Vacinas do Beth Israel Deaconess Medical Center, liderou um dos laboratórios envolvidos nos experimentos e afirmou que “dois laboratórios independentes mostraram basicamente que a BA.2.86 essencialmente não representa uma nova ameaça à imunidade quando comparada com as variantes existentes”.
Investigadores do Instituto Karolinska, na Suécia, testaram a capacidade da variante Pirola atuar contra anticorpos no sangue. As amostras foram recolhidas em dois momentos: no fim de 2022, antes do aparecimento da variante XBB, e em agosto deste ano. Os anticorpos das amostras mais antigas não conseguiram desativar o BA.2.86, mas aquelas que foram recolhidas recentemente demonstraram melhores resultados.
VACINAS SÃO EFICAZES
Não há evidências de que a variante Pirola escape da proteção conferida pelas vacinas contra a Covid-19 ou que aumente significativamente o risco de casos graves da doença.
Tanto a Moderna quanto a Pfizer, fabricantes de vacinas contra a Covid-19, declararam que suas vacinas atualizadas oferecem resposta imunológica contra a linhagem BA.2.86.
A Moderna relatou que sua vacina gerou um aumento de 8,7 vezes nos anticorpos neutralizantes contra a BA.2.86 em comparação com a resposta de anticorpos naturais observada em ensaios clínicos em humanos.
A Pfizer, em parceria com a BioNTech, informou que sua vacina mais recente provocou uma forte resposta contra a variante em um estudo. As versões reformuladas das vacinas, direcionadas à subvariante XBB.1.5, estão programadas para serem lançadas pelas farmacêuticas na primavera do hemisfério norte no próximo ano, mantendo a proteção e eficácia contra as novas linhagens do vírus.