Municípios cearenses concedem aumento salarial a professores


Um ensino de qualidade passa, sobretudo, por práticas de valorização dos educadores. Esta condição é fundamental para a melhoria da escola pública e deve integrar as políticas públicas do Estado. O trabalho dos profissionais da educação necessita, sobremaneira, de condições adequadas para ser realizado com sucesso. Garantir as condições de trabalho para os que estão em exercício nas salas de aula e, além disto, valorizá-lo são iniciativas assertivas no âmbito educacional. Partindo desta premissa, 53 municípios cearenses deram um passo à frente na educação pública ao garantir reajuste salarial para seus docentes.

Deste total, 50 cidades asseguraram reposição salarial igual ao índice estipulado pelo Ministério da Educação, de 4,17%. Já em três localidades, Crateús, Sobral e Cariré, os educadores conquistaram, respectivamente, 6,17%, 6% e 4,5% de aumento em 2019.

Elas lideram o ranking dos aumentos salariais. O levantamento foi realizado pela Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) junto aos sindicatos de servidores e professores filiados.

Em contrapartida, na cidade de Senador Pompeu, a categoria só alcançou os 4,17% no nível 1, que abrange os professores com ensino médio.

Os demais grupos da carreira do magistério não tiveram crescimento na remuneração, de acordo com o sindicato dos servidores do Município. Ainda segundo a Fetamce, em algumas cidades, o reajuste será parcelado, mas com efeito retroativo aos 12 meses de 2018. Ou escalonado, como no caso de Crateús, onde os profissionais receberão 4,17% retroativo a janeiro e mais 2% a partir de dezembro de 2019, totalizando 6,17%.

Reivindicação

Após uma paralisação no início deste ano, que resultou no atraso na abertura do ano letivo, em 10 dias, os professores da rede municipal de ensino de Iguatu aprovaram a proposta de reajuste salarial de 4,17% retroativo a janeiro. A categoria conseguiu definir a data base de pagamento mensal para o dia 3, descongelamento do anuênio e pagamento de 50% em outubro próximo e integral a partir de novembro.

“A nossa luta foi vitoriosa e o reajuste seguiu o índice do Governo Federal”, disse a presidente do Sindicato dos Professores Municipais de Iguatu, Edhe Vieira Nobre. “Os professores ficaram satisfeitos com as propostas aprovadas”. A docente Maria Oliveira afirmou que o reajuste e os outros benefícios conquistados atenderam à expectativa da categoria. “Tivemos avanço”, frisou. O prefeito de Iguatu, Ednaldo Lavor, ressaltou que o impacto mensal na folha de pagamento vai girar em torno de R$ 350 mil. “Por outro lado, serão recursos gastos no comércio local”, simplificou.

Já em Barbalha, na região do Cariri, o reajuste de 4,17% no piso salarial dos professores representa, aproximadamente, um acréscimo de R$ 125 mil na folha de pagamento, que girava em torno de R$ 3 milhões, a partir do próximo mês. “A parte financeira da educação é bem no limite. O repasse do Fundeb não dá nem para pagar a folha. Aí tem que colocar o recurso próprio. É sempre no aperto. Mas a intenção é que sempre paguemos em dia”, garante o secretário de Educação Boás David de Lima.

Apesar do impacto financeiro, o gestor acredita que isso trará melhoras no ensino. “O professor mais bem remunerado vai trabalhar mais satisfeito e consequentemente repercute na qualidade (do ensino)”.

A professora Jaqueline Filgueira, que trabalha há 30 anos na Educação de Barbalha, acredita que o reajuste foi bem-vindo, porque se estendeu por toda a categoria.

Assim como em Iguatu e em Barbalha, em quase todos os municípios o aumento aos profissionais do magistério foi aplicado de forma linear. Ou seja, contempla igualmente educadores com ensino médio, graduação, especialização, mestrado e doutorado.

Duas cidades, porém, foram além, e concederam reajuste superior aos 4,17%. Crateús liderou, com 6,17%, e Sobral, que historicamente figura entre os destaques na educação no Brasil, garantiu aumento de 6%.

Sem acordo

Em contrapartida, a Prefeitura de Caucaia, após a terceira negociação com o Sindicato dos Servidores local, realizada em 21 de fevereiro, determinou que não iria conceder aumento para os professores neste ano. A reportagem do Sistema Verdes Mares tentou contato com a Secretaria de Educação do Município, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

 

 

 

Sistema Asa Branca de Comunicação

FONTE: Diário do Nordeste


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