Entenda tratamento de jovem com neuralgia do trigêmeo, considerada ‘a pior dor do mundo’


O tratamento de Carolina Arruda, jovem de 27 anos diagnosticada com neuralgia do trigêmeo e convive com a “pior dor do mundo” há 11 anos, é dividido em procedimentos que visam diminuir a agonia que ela sente. Em entrevista ao g1, nesta terça-feira (16), Carlos Marcelo de Barros, diretor clínico da Santa Casa de Alfenas e presidente da Sociedade Brasileira para os Estudos da Dor (SBED), revelou os primeiros passos do tratamento. A estudante de medicina veterinária segue internada na unidade hospitalar no Sul de Minas.

“Espera-se que [os neuroestimuladores] sejam bastante efetivos no tratamento da dor dela. Não há grande número de casos [com esses dispositivos] no mundo, até porque casos como dela são raros, mas a descrição dos casos já feitos foi muito boa”, afirmou Carlos Marcelo.

 

 

 

A equipe responsável pelos cuidados da estudante de veterinária explica ainda que é preciso saber a origem da dor. Por isso, será realizado um bloqueio teste.

Com o resultado do exame, os profissionais e a paciente podem definir qual será o plano de ação, sendo eles: reabordagem no gânglio da esquerda ou a neuromodulação do Gânglio de Gasser.

“Todo procedimento médico, ainda mais no sistema nervoso central, tem risco. A princípio, o maior risco é não funcionar. Mas pode acontecer infecções, rejeição, eventos tromboembólicos e outros”, afirmou o médico.

CASO O IMPLANTE NÃO DER CERTO

Os médicos de Carolina, conforme o g1, definem que há três possibilidades caso o implante de neuroestimuladores não funcionarem como o esperado. Veja a baixo:

  • Implante de bomba de morfina
  • Cirurgia de descompressão vascular do nervo trigêmeo
  • Procedimento neurocirúrgico de nucleotractomia trigeminal

O QUE É NEURALGIA DO TRIGÊMEO?

A neuralgia do trigêmeo é comparada a choques elétricos e até a facadas. O trigêmeo é um dos maiores nervos do corpo humano e é sensitivo, ou seja, controla as sensações que se espalham pelo rosto. Ele tem esse nome porque se divide em três ramos:

  • oftálmico;
  • maxilar, que acompanha o maxilar superior;
  • mandibular, que acompanha a mandíbula ou maxilar inferior.

A dor provocada pela condição é incapacitante e impede que a pessoa consiga fazer atividades simples do dia a dia.

DIAGNÓSTICO DE CAROLINA ARRUDA

O neurocirurgião Marcelo Senna, profissional com ampla experiência no diagnóstico de neuralgia do trigêmeo e que atendeu a jovem há 7 anos, conta que, quando foi procurado, ela já convivia com as dores há quatro anos e tinha passado por vários médicos.

“A neuralgia do trigêmeo não aparece em um exame de imagem. Então, ouvir o histórico dela, as queixas e como os episódios de dor ocorriam foram fundamentais para fechar o diagnóstico, que na idade em que ela estava é extremamente raro. A doença acomete principalmente adultos e idosos em uma faixa etária de 50 a 80 anos”, afirmou.

Após o diagnóstico, a jovem já realizou vários tratamentos com outros médicos e cirurgias, como descompressão microvascular, rizotomia por balão e duas neurólises por fenolização, mas sem alívio que trouxesse qualidade de vida para ela.

Mas, embora esses tratamentos não tenham surtido efeitos positivos na jovem, Marcelo Senna ressaltou que a maioria dos pacientes responde bem ao acompanhamento medicamentoso.

 

 

Via Diário do Nordeste


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