Denunciada por furto se passa pela irmã, e familiar inocente tenta se livrar processo há dois meses


A cearense Ana Beatriz precisa comprovar com frequência que ainda mora na mesma residência, em Fortaleza, está impedida de viajar para fora do Ceará devido a uma denúncia contra ela por um crime que não cometeu. A irmã de Beatriz, Larissa Rute, se passou pela familiar quando foi presa por furto cometido em 28 de fevereiro, e a irmã inocente tenta, há dois meses, se livrar do processo.

Conforme a Defensoria Pública do Ceará, Larissa foi presa em 28 de fevereiro por furtar produtos em supermercado no Bairro Granja Portugal, na periferia de Fortaleza; quando foi detida, ela estava sem documentos. Na Delegacia de Capturas, questionada pelo delegado, ela afirmou ser Ana Beatriz.

Larissa já respondia por outros crimes, mas como se passou pela irmã, inocente, acabou recebendo benefício de ser ré primária, mas com algumas condições: tinha que ir mensalmente assinar um termo comprovando que está morando na mesma cidade; não pode se mudar; e não pode comparecer no supermercado onde ocorreu o furto. As medidas são cumpridas agora pela familiar inocente, que tenta se livrar do processo.

A Secretaria da Segurança Pública informou que apura a denúncia contra a mulher inocente. A TV Verdes Mares questionou a pasta sobre o erro na identificação da suspeita, mas ela não respondeu.

Já a Controladoria Geral de Disciplina, órgão que investiga a conduta de policiais do Ceará, afirmou que abriu um processo para investigar o caso.

Conforme a defensora Beatriz Fonteles, houve um erro na delegacia ao não verificar a identidade da suspeita de roubo, o que acabou gerando a denúncia contra uma pessoa inocente.

“Às vezes acontece de alguém não ter documento na hora, de alguém que foi autuado em flagrante. Na situação em que não é possível a identificação civil na hora, há uma lei específica que prevê a identificação criminal, que são outros procedimentos, como as impressões digitais, o procedimento datiloscópico, tudo isso exatamente para evitar a investigação de um suspeito incorreto”, completa a defensora.

Ana Beatriz reclama da demora em ser reconhecida como inocente e teme que o processo a prejudique na vida particular e no trabalho. Ela é empregada como atendente de telemarketing e estava na empresa no momento do crime cometido pela irmã que se passou por ela.

Ainda conforme a Defensoria Pública, há imagens de câmeras de segurança que mostram Larissa — e não Ana Beatriz — na audiência de custódia. Como elas são diferentes fisicamente, as imagens são álibi de que uma irmã se passou por outra, segundo a defensora Beatriz Fonteles.

Via G1CE


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