Ceará tem 2 açudes secos e 6 com volume morto; veja locais


Com o fim da quadra chuvosa dentro do esperado, a reserva hídrica acumulada do Ceará encerrou com 10,15 bilhões de metros cúbicos (m³), que representa 54,89% da capacidade total. Dos 157 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 26 estão sangrando e outros 36 acima de 90% da capacidade máxima.

Por outro lado, 30 reservatórios estão abaixo de 30% e oito reservatórios apresentam situação crítica: dois estão secos – Jatobá (1%) e Madeiro (0,87%) e seis com volume morto, quando apresentam menos de 5% de sua capacidade. As informações são do Portal Hidrológico do Ceará, atualizado nesta quinta-feira (5).

 

Neste ano, a quadra chuvosa teve distribuição desigual das precipitações, visto que 60% do território do Ceará tiveram chuvas abaixo da média. Nas cidades onde estão localizados os açudes secos, Milhã e Pereiro, as precipitações somaram 507.7 mm e 438 mm, respectivamente.

O titular da Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará (SRH), Fernando Santana, destacou, na última quarta-feira (4), que, em 2025, o aporte dos açudes foi menor do que o registrado no ano passado. Segundo ele, o estado não teve o acúmulo esperado, embora tenham surpreendido áreas como a de Orós, onde o reservatório de mesmo nome sangrou em abril.

O gestor acrescentou que há cidades que acabam ficando sob alerta para a indisponibilidade de água e lembra que o Estado tem municípios que já entram em situação crítica. Ele citou Milhã como uma dessas localidades, assim como Ipaumirim, Baixio e Umari, para onde o governo busca paliativos diante dos sérios problemas.

 

“Temos obras que garantem, hoje, segurança hídrica à população. Estamos correndo pra que finalizem, como o Cinturão das Águas, no Cariri; o Malha D’água, no Sertão Central, que capta água do Banabuiú e leva água para 9 municípios; o Ramal do Salgado; e a duplicação do Eixão das Águas, trazendo água do Castanhão”, acrescentou Santana.

 

ABASTECIMENTO DE MILHÃ

Construído em 1997, o açude Jatobá possui capacidade total de 590.000 m³ e é monitorado pela Cogerh desde 2005. A última vez que o reservatório verteu – ou seja, atingiu 100% do volume – foi em 26 de junho de 2023, conforme os dados do órgão.

 

A imagem é uma fotografia aérea vertical que mostra um reservatório de água cercado por uma paisagem predominantemente árida e seca. Um corpo d'água escuro, em tons de azul e verde-escuro, que se estende de forma sinuosa na vertical, ocupando a maior parte do centro da imagem. O reservatório é ladeado por uma paisagem seca, de coloração predominantemente marrom-claro e bege.
Legenda: A última vez que o açude Jatobá, em Milhã, atingiu 100% do volume foi em 26 de junho de 2023, segundo dados da Cogerh
Foto: Cogerh

 

Em novembro de 2024, a população de Milhã, no Sertão Central do Ceará, vivia um racionamento extremo de água, já que o reservatório somava apenas 6,7% da capacidade. Até mesmo a adutora Patu, que costumava socorrer o município em tempos de seca, estava sem condições de uso.

Com o abastecimento da cidade intercalado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), a população tinha acesso à água em apenas três ou quatro dias da semana, explicou a Prefeitura de Milhã na época.

11 ANOS SEM BONS ÍNDICES

O Madeiro, localizado no Vale do Jaguaribe, foi construído em 1999 e tem capacidade total de 2.810.000 m³. Conforme monitoramento da Cogerh, o açude não sangra há 20 anos.

O melhor índice apresentado foi de 64,70% da capacidade em 29 de julho de 2009. Na época, o reservatório somou 1,82 milhão de metros cúbicos. Desde então, o volume hidrológico do açude veio diminuindo.

A primeira vez que o Madeiro ‘secou’ foi em março de 2014, quando atingiu níveis menores que 1%. De lá para cá, foram registrados acúmulos hídricos, mas com percentual menor que 5%.

O reservatório faz parte da bacia do Médio Jaguaribe – mesma onde se localiza o Castanhão -, e acumula apenas 30% da capacidade hídrica.

 

Via Diário do Nordeste

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