BOA VIAGEM – Casa de Farinha ultrapassa gerações na Zona Rural


Na comunidade de Várzea da Tapera (Distrito de Boqueirão) uma cultura típica do povo nordestina ainda prevalece nos dias atuais onde a tecnologia tem invadido até mesmo os mais distantes vilarejos, a casa de farinha.

Nos fins de semana as famílias se reúnem para a “farinhada” onde todos compartilham o trabalho desde a raspagem da mandioca até a produção dos produtos, farinha, tapioca e beiju.

CASA DE FARINHA

Essencialmente, a casa de farinha é composta de sistema de ralação, sistema de prensagem e forno. Depois da colheita da raiz, a mandioca é levada direto do campo para a casa de farinha (abreviação: cas’farinha), onde é descascada ou raspada para retirar a pele escura e suja. Em seguida, é triturada ou ralada em pilão ou no ralador (caititu). A mandioca ralada vai caindo em um cocho, sendo depois prensada no tipiti (tipi = espremer e ti = líquido, na língua tupi) para retirar um líquido venenoso chamado manipuera ou manipueira, vulgarmente chamada água-de-mandioca, que é resultante da fermentação, além de prover o enxugamento da massa. Depois de peneirada e torrada, a farinha está pronta para o consumo.[3]

Já a massa da mandioca (o amido), que decanta durante a pubagem (fermentação), é utilizada como goma, para passar roupas, ou para a fabricação de alimentos, como mingaus, papas, sequilhos, bolos e tapioca.

Na casa de farinha, as tarefas são divididas: geralmente, os homens são responsáveis pelo processo de arrancar a mandioca da roça e transportá-la para a casa de farinha. As mulheres e as crianças raspam os tubérculos e extraem o amido ou polvilho. O trabalho se estende pela noite, quando acontecem as chamadas farinhadas. Aparecem os sanfoneiros, violeiros, dançadores e entre goles de cachaça, café com beiju e muita alegria, o trabalho continua a noite inteira.

 

 

Sistema Asa Branca de Comunicação

FOTO: Sônia Alves

 

 


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