Alunos da Universidade Estadual do Ceará (Uece) realizaram ato nas dependências da instituição nesta segunda-feira (11) em meio a reivindicações por mais segurança no campus Itaperi e melhorias na infraestrutura. O movimento ganhou força após a morte de uma criança de 9 anos, que se afogou na lagoa presente no local.
O corpo do menino Heitor Viana Kobayashi Silva, autista não-verbal, foi encontrado na manhã da última quinta-feira (7), horas após o desaparecimento na quarta (6). Ele estava acompanhado de uma tia e da mãe, que se ausentou momentaneamente, e saiu do veículo onde estavam sem que a familiar percebesse a ausência. Segundo laudo da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), a morte ocorreu por “asfixia por afogamento, sem sinais de violência”.
O estudante de geografia Felipe Wellington Marques, de 26 anos, explica que o ato foi mobilizado pelo movimento estudantil da Uece. A morte de Heitor foi um estopim para reivindicações que já eram feitas pelos estudantes.
“O que houve de fato foi uma união geral dos estudantes em torno da necessidade de discutir a Uece que queremos, entendendo que historicamente a universidade publica brasileira sofre o sucateamento”, afirmou Felipe.
Segundo o graduando, o ato contou com a participação de 500 pessoas, entre professores e alunos. Os manifestantes cobram a ampliação das políticas assistenciais, como a criação de uma creche para estudantes com filhos.
“É preciso discutir o plano diretor do campus, incluindo na discussão um plano de manejo para a lagoa, que foi onde aconteceu a fatalidade. Também acreditamos que medidas emergenciais precisam ser tomadas a fim de evitar que novos episódios como este se repitam”, aponta o estudante.
REITOR SE POSICIONA
Na manhã desta segunda (11), o reitor da Uece, Hidelbrando Soares, concedeu entrevista ao jornal CETV 1, da TV Verdes Mares, citando a movimentação da comunidade acadêmica e lamentando a morte da criança nas dependências da universidade.
“A universidade, junto da própria comunidade acadêmica, se juntou em busca, o que deve ocorrer em momentos como esse. Importante que se registre que o movimento, que é legítimo e democrático, está sedimentado em toda uma dor que é de toda a instituição também”, afirmou.
Sobre as melhorias na estrutura da Uece, o reitor não citou ações específicas e pontuou que o processo de busca por melhorias é constante há anos.
“Estamos trabalhando há muito tempo, independentemente do ocorrido, sobre todas as questões de infraestrutura. É claro que temos carências, claro que precisamos continuar lutando para melhorar. Estamos diante de um campus com 174 hectares, não é um prédio, não é um terreno pequeno, e lógico que essas carências são enfrentadas no dia a dia. Esse é um trabalho permanente e a universidade vem fazendo isso sempre”, comentou.
Via Diário do Nordeste