A Polícia Federal (PF) realiza, na manhã desta terça-feira, 29, a começou a Operação Bouchonée, parte de investigação que analisa supostas fraudes em contratos de tecnologia da informação fechados pelo Ministério da Integração Nacional (absorvido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional em 2019), pelo INSS e pela Funasa. O valor dos contratos somados é de R$ 16 milhões.
Após ordens expedidas pela Justiça Federal do Distrito Federal, agentes cumprem 50 mandados de busca e apreensão em endereços do Ceará, Distrito Federal, Goiás, Paraíba, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Foram decretados também o bloqueio de R$ 22 milhões nas contas dos investigados, o afastamento de servidores públicos e a proibição da empresa investigada de firmar novos contratos. A empresa não teve o nome divulgado.
De acordo com a PF, a ofensiva mira supostos crimes de peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, falsificação de documento particular e corrupção ativa e passiva. Uma licitação no Ministério da Integração Nacional teria sido, inicialmente, fraudada, resultando em uma ata de registro de preços, que viabilizava que outros órgãos contratassem diretamente a empresa investigada, por meio de adesões a essa ata.
“Os investigados criaram um “kit adesão”, com minutas e modelos de documentos necessários para que outros órgãos formalizassem a adesão à ata de registro de preços do Ministério da Integração. Esse “kit adesão” era repassado aos servidores públicos cooptados, que, mediante o pagamento de propina, iniciavam o processo de adesão à ata do MI”, disse a PF em nota.
Para lavar o dinheiro desviado, os suspeitos usaram lojas de vinhos. “Somente uma delas recebeu transferências de mais de R$ 3 milhões da empresa de TI investigada, num curto período de 4 meses”, explicaram os investigadores. O nome da operação (Bouchonée) é um termo francês, para referir-se a um vinho estragado, que apresenta cheiro característico de papelão molhado, por conta da atuação de um fungo na rolha.
Sistema Asa Branca de Comunicação
FONTE: O POVO
