O empresário César Mattar, 70, foi preso na manhã da última segunda-feira (15), em Santos, no Litoral de São Paulo, acusado de aplicar o “golpe do amor” contra frequentadoras do tradicional Club Athletico Paulistano. Segundo investigações da Polícia Civil, em apenas um dos esquemas, as vítimas tiveram prejuízos superiores a R$ 600 mil.
O ‘golpe do amor’
Em fevereiro deste ano, reportagem do blog True Crime, do O Globo, revelou detalhes sobre como o empresário agia. Ele se aproximava de senhoras associadas ao clube paulistano e também utilizava aplicativos de relacionamento.
Uma das vítimas, uma enfermeira de 75 anos, contou que conheceu o empresário em julho de 2024. Após encontros em restaurantes de luxo e demonstrações de atenção, ele pediu dinheiro para liberar um contêiner no Porto de Santos (SP). A idosa transferiu R$ 353 mil em quatro meses, por meio de Pix e TED.
Prisão e audiência de custódia
No momento da prisão, Mattar foi encontrado deitado, em casa, no bairro Campo Grande, em Santos. Ele não resistiu à ação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). A família alegou que o empresário sofre de problemas cardíacos, sequelas de AVC e uma doença grave no sangue, pedindo atenção ao seu estado de saúde durante a custódia.
Apesar disso, a Justiça manteve a decisão de prisão.
Ele dormiu na carceragem e foi levado à audiência de custódia nessa terça-feira (16), na qual o juiz de plantão homologou a detenção. Mattar foi transferido para a Penitenciária de São Vicente, onde permanece à disposição da Justiça Federal.
As investigações mostram que Mattar está envolvido em esquemas de estelionato desde 1978, quando tinha 26 anos. Ao longo das décadas, acumulou condenações, fugas da prisão e diversas denúncias de fraudes financeiras, especialmente contra mulheres maduras e financeiramente independentes.
Em 2018, ele foi condenado por estelionato. Mesmo assim, continuou a aplicar golpes, incluindo fraudes em financiamento veicular e novos esquemas revelados por inquérito de 2024.
Em 2012, Mattar escapou pela última vez do sistema penitenciário e só foi recapturado quatro anos depois, durante uma operação em Santos, quando foram apreendidos documentos falsificados, cartões bancários e carnês fraudulentos.