Segundo o estudo “Pobreza na Infância”, 61% das crianças e dos adolescentes brasileiros são afetados pela pobreza. São, ao todo, 32 milhões de jovens que não têm acesso a pelo menos um dos fatores definidos pelo Unicef para caracterizar pobreza. Quase metade (49,7%) são privados de alguns dos direitos básicos elencados pelo Fundo no estudo: água, educação, informação, moradia, proteção contra o trabalho infantil e saneamento básico.
Seis milhões vivem abaixo da linha da pobreza, mas apenas em seu aspecto monetário têm garantidos os outros seis direitos levados em conta pelo estudo.
Por outro lado, existem 14 milhões de meninos e meninas que vivem acima da linha de pobreza monetária, mas não são contemplados por essas garantias básicas. Outros 12 milhões tanto vivem na pobreza financeira quanto têm, pelo menos, um direito básico negado.
Em ano de eleições, o Unicef diz “convidar” gestores para que usem os dados como “ferramenta para pensar respostas precisas e oportunas para crianças e adolescentes no Brasil”. O Fundo orienta que o Poder Público dê ênfase às populações mais vulneráveis crianças e adolescentes negros do Norte e Nordeste , com prioridade aos serviços de abastecimento de água e saneamento básico.
“Os resultados mostram que a pobreza monetária na infância e na adolescência foi reduzida no Brasil na última década, mas as múltiplas privações a que meninas e meninos estão sujeitos não diminuíram em igual proporção”, afirma, no estudo, o Unicef.
Além disso, o estudo listou três recomendações visando a reversão do quadro de pobreza. A primeira delas é estabelecer prioridade para crianças e adolescentes no Plano Plurianual (PPA) 2020-2023, de forma a garantir que o Brasil atinja os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) traçado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 2030.
Entre outros aspectos, os ODS preveem a erradicação da pobreza e que seja assegurada educação para todos. Além disso, o Unicef orienta que deve haver a inclusão da medição de acesso a garantias básicas nas estatísticas oficiais. Feito isso, vem a terceira orientação: desenhar políticas públicas visando melhorar os índices elencados no estudo.
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FONTE: O POVO