Apesar de ser um direito básico, o acesso à água ainda é desigual no Brasil como um todo. Só no Ceará, 420 mil domicílios ainda dependem de poços ou cacimbas para guardar água, e outros 40 mil utilizam fontes ou nascentes como principal forma de abastecimento.
Segundo a pesquisa, 305 mil domicílios eram abastecidos por poços profundos ou artesianos, e mais 115 mil por poços rasos, freáticos ou cacimbas. Juntos, eles equivalem a cerca de 13% do total de domicílios cearenses, estimados em 3,25 milhões.
Ainda sobre o total, 155 mil poços e cacimbas (37%) estavam localizados em áreas urbanas, enquanto a maioria – 265 mil, ou 63% – ficava na zona rural dos municípios.
No caso das 40 mil residências com abastecimento de fontes ou nascentes, 3 mil ficavam em regiões urbanizadas, enquanto outras 37 mil estavam em áreas rurais.
Segundo o IBGE, serviços de saneamento básico “são de extrema importância para a melhoria das condições de vida e saúde da população”.
Ainda conforme os dados, o Ceará avança nas ligações de água à rede geral de distribuição, mas de forma lenta. Entre 2023 e 2024, o número de residências com esse abastecimento cresceu de 2.663.000 para 2.703.000 – crescimento de 1,5%.
- 2016: 2.193.000
- 2017: 2.218.000
- 2018: 2.289.000
- 2019: 2.260.000
- 2022: 2.502.000
- 2023: 2.663.000
- 2024: 2.703.000
Desde 2016, ou seja, nos últimos 8 anos, as ligações aumentaram em torno de 23%. No mesmo período, a quantidade total de domicílios no Estado teve incremento de 18%, passando de 2,75 milhões para 3,25 milhões.
De modo geral, o Estado ainda está aquém da meta de atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6, cuja previsão é, até 2030, alcançar o “acesso universal e equitativo à água potável e segura para todos”. Atualmente, esse percentual fica em torno de 82,7%.

Cenário nacional de abastecimento
Conforme o IBGE, entre os domicílios localizados em áreas urbanas, observou-se que 93,4% tinham a rede geral como a principal forma de abastecimento de água, variando de 70,8%, na Região Norte, a 96,6%, na Sudeste.
Com exceção da Região Norte, em todas as demais Grandes Regiões, mais de 90% dos domicílios em situação urbana possuíam a rede geral como a principal forma de abastecimento de água.
Já nas áreas rurais do País, apenas 31,7% dos domicílios eram abastecidos predominantemente por rede geral. Em nenhuma Grande Região, esse percentual alcançou 50%.
Assim, a maior parte dos domicílios rurais recorriam a outras formas de abastecimento de água: 30,8%, por poço profundo ou artesiano; 12,9%, poço raso, freático ou cacimba; 13,3%, fonte ou nascente; e 11,2% eram abastecidos por outra forma.